sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Um Instituto, um projeto


          A consolidação do Estado Nacional foi desde a independência uma das prioridades da Monarquia do Brasil por isso, em 1838, foi criado o instrumento que ajudaria a definir a Nação brasileira através da produção historiográfica. O IHGB, Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, nasceu dentro da SAIN, Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional, com a proposta de “dar conta de uma gênese da Nação brasileira, inserindo-a, contudo, numa tradição de civilização e progresso, idéias tão caras ao iluminismo”¹. Diferente da Europa onde a produção historiográfica era feita dentro das universidades por aqueles que se especializavam nas áreas da história, no Brasil o espaço da historiografia era o de uma academia de elitistas escolhidos a partir de relações sociais, os quais eram, responsáveis por produzir a história do Brasil e seus heróis.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

A qualidade do cidadão brasileiro após a independência


Após a independência do Brasil surgiu, entre outras, a questão da necessidade de criar uma Guarda Nacional. Uma unidade militar que trataria das questões internas e externas que ameaçassem a ordem e a integridade nacional. No entanto, junto com essa questão outra acabaria ganhando destaque nas discussões da Assembléia Legislativa: Quem eram os cidadãos brasileiros?

O deputado baiano Antonio Pereira Rebouças que defendia a formação da Guarda Nacional viu seus argumentos esbarrarem no impedimento de nomear oficiais para a Guarda aqueles que não fossem reconhecidos como eleitores. "Eleitores eram aqueles cidadãos que brasileiros maiores de vinte e cinco anos, que tendo renda líquida anual superior a duzentos mil réis em bens de raiz, indústria, comércio ou emprego, não fossem criados de servir, nem primeiros caixeiros das casas de comércio, nem criados da Casa Imperial, nem administradores de fazendas rurais e fábricas, nem “filhos famílias” que estivessem na companhia de seus pais, nem religiosos enclausurados, criminosos ou libertos".¹ O tratamento dado a esses ultimos era o que mais decipicionava o deputado Rebouças.

O pensamento de José Bonifácio sobre o índio e a escravidão no Brasil




José Bonifácio mereceu grande destaque no processo de independência do Brasil. Contudo, para realizar o projeto que eliminaria o vínculo colonial com Portugal, foi preciso que ele adequasse seus ideais à situação socioeconômica vigente no Brasil do século XIX. Nesse texto trataremos da influência do índio e da escravidão para a formação do Estado brasileiro e consolidação do território nacional, segundo o pensamento andradino.

O sentimento nacionalista coincidiu com a emergência do romantismo e a população indígena serviu como imagem para a formação de uma consciência nacional. Essa corrente romancista tornava o índio o símbolo nacional, mas para J.B era preciso torná-lo “civilizado”. O índio selvagem representava um obstáculo para a consolidação do território brasileiro e havia um grande debate sobre a forma de tratar a questão do indígena. Para os colonos a solução mais eficaz era o extermínio, já para os estadistas, como Bonifácio, civilizá-los e integrá-los à sociedade como mão-de-obra era a alternativa mais sensata.